Palácio Piratini, sede do governo estadual do RS. |
Tenho me deparado com inúmeros posts nas redes sociais sobre reclamações
de pessoas que estão atrasando seus compromissos em função dos parcelamentos
salariais de servidores públicos do RS, em todos começam com a seguinte
colocação “por causa do governador...”. Esses parcelamentos são de uma
brutalidade terrível com os servidores, mas eu pergunto se os parcelamentos
estão sendo feitos por culpa do governador ou por culpa de uma crise financeira
histórica que massacra as finanças do nosso estado, ou por causa da
irresponsabilidade fiscal e por gestões populistas que endividaram o governo,
sem falar da criação desenfreada de cargos de confiança pra acomodar a
“companheirada”. Tivemos governos como o último que gastava mais em publicidade
e propaganda do que em segurança pública, um serviço essencial pra todos nós. É
uma bola de neve de horrores que acumula irresponsabilidade e incompetência que
rola a mais de 40 anos e estourou de vez agora, por isso medidas amargas estão
sendo tomadas e acredite, político algum faria isso por acordar pela manhã e ao
se olhar no espelho pensasse “nossa, vou ferrar com os servidores hoje”, não.
Foi por causa de políticos que pensavam nas próximas eleições e não nas
próximas gerações, por políticos que pensavam em suas popularidades e não em
estancar a gastança descontrolada de dinheiro público, que chegamos aqui nessa
situação. Sempre digo que dois erros não fazem um acerto e o governador acumula
muitos deles, mas o parcelamento acredite, não é só culpa dele. Os números
fiscais do Rio Grande do Sul seriam causa de uma revolução em outros países. A
folha de inativos é maior que a folha de ativos há muito tempo. Não é um
governo estadual, é um provedor de rendas. Por isso é preciso reduzir a máquina
pública pra cuidar bem dos serviços essenciais que são saúde, educação e
segurança. É necessário cortar estruturas ineficientes que não produzem serviço
algum pra população e só ajudam a aumentar os gastos e a dívida do nosso
estado. Um dos erros do governador foi não fazer isso antes, mas fará agora.
Questiono como qualquer um de vocês se algumas dessas medidas apresentadas pelo
governo poderiam ser diferentes ou não, se algumas poderiam ser mais agudas e
outras talvez mais amenas, mas o que destaco é que diante das condições das
finanças estaduais é mais do que necessário aceitarmos as medidas, ou é isso ou
os servidores terão sua remuneração mais ameaçada, além de termos ainda mais
endividamento e serviços públicos prejudicados no futuro. O gringo governador
está se sacrificando politicamente, sabendo da impopularidade gerada por essas
reformas, sabendo também que não se elegerá mais nem pra sindico de prédio.
Seria irresponsável se fizesse como o outro, o antecessor Tarso Genro do PT que
não quis tocar no abacaxi e preferiu gastar fortunas em publicidade e
propaganda de seu governo pra mascarar e maquiar a real situação das finanças
do RS, que preferiu sugar tudo que pôde e o que não pôde de empréstimos e
financiamentos com juros absurdos, fazendo crescer ainda mais a divida pública
estadual, comprometendo receitas e fazendo dívidas e mais dívidas pro futuro
governo inclusive. O problema do RS não surgiu no último governo, isso é
verdade, mas se este tivesse continuado o processo de reestruturação da máquina
pública, se não tivesse aumentando os gastos com cargos de confiança em 70%, o
que custava mais de R$ 10 milhões por mês aos cofres públicos, talvez hoje não
tivéssemos com salários parcelados. Não vivemos em uma bolha e sei o quanto é
penoso ver seus compromissos vencendo e não ter como pagar, mas acredite que a
culpa não é só do governador.
• Antes que alguém que não me conheça fale, eu não
sou do PMDB e nem cargo de confiança do governo e muito menos candidato a algum
deles. Também sei que este posicionamento só gerará a mim desgaste e antipatia
de muitos, mas prefiro falar o que acredito a mentir ou me omitir pra agradar
os outros. Não costumo jogar pra torcida!
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